Gonçalo Marcelo – professor Convidado na Católica Porto Business School
Gonçalo Marcelo – Na sua intervenção, GM salienta que o problema ambiental é, sobretudo, de ordem política. Face à inevitabilidade de um novo pacto verde que conduza a Humanidade a um destino seguro e sustentável, a comunidade científica uniu-se num consenso de que algo tem de ser feito, consenso esse não acompanhado por partes significativas e influentes do poder político mundial. O motivo para isto ser assim prende-se, segundo GM, com a crise de lideranças políticas que o mundo atravessa, marcada pelo ressurgir da direita extremada e populista. GM fala também numa “crise de informação” que a sociedade atravessa e que complexifica, ainda mais, este grave problema. É salientada a diferença de resposta, dada pela sociedade e poder político, entre a crise pandémica e a crise ambiental: enquanto na primeira houve mobilização e as pessoas, face a uma ameaça imediata, tomaram, na grande maioria das vezes, as necessárias prevenções, na segunda, e na falta dessa ameaça imediata, não. Neste contexto de crise de lideranças, GM considera que a pressão política, efetuada pela sociedade civil organizada em movimentos sociais, é da maior importância.