Lancei uma petição pedindo a demissão do Presidente do Eurogrupo dirigida ao Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, enquanto guardião dos Tratados. Referindo-se aos países da Europa do Sul, Dijsselbloem declarou «não posso gastar o meu dinheiro todo em aguardente e mulheres e depois pedir ajuda» Estas declarações de Jeroen Dijsselbloem são sexistas, misóginas e racistas, em tudo incompatíveis com os valores dos Tratados da União Europeia, a que instituições como o Eurogrupo, com uma enorme importância na vida de milhões de europeus, não se podem furtar.
O artigo 2º do Tratado de Lisboa instituiu que «A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres».
Sublinhei dignidade humana, não descriminação e igualdade entre homens e mulheres, porque as declarações de Dijsselbloem violam todos esses princípios fundamentais. E sem respeito por estes princípios, a União perecerá. É particularmente grave a forma como se refere às mulheres, com um tom absolutamente depreciativo, identificando-as com prostituição.À gravidade das declarações deve-se acrescentar o facto de elas serem proferidas por um dos responsáveis da política de austeridade que foi imposta às populações mais desfavorecidas dos países europeus . À humilhação social quis juntar a humilhação moral .
Dijsselbloem não é, infelizmente, um caso isolado na vulgaridade com que se refere às mulheres. Ainda há pouco tempo ouvimos no Parlamento Europeu o deputado polaco de extrema-direita Janusz Korwin-Mikke declarar que as mulheres deviam ganhar menos porque são «mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes».
As declarações de Trump são outro exemplo grave de como o racismo, o sexismo e a misoginia são hoje uma componente da política populista, dita antipoliticamente correta, mas que mais não é do que a recusa do consenso sobre os direitos fundamentais que se foi estabelecendo nas democracias e de que os estados europeus eram um exemplo.
As declarações de Dijsselbloem refletem a arrogância de quem olha para uma grande parte do mundo, europeu e não só, sem respeito pela dignidade dos seus habitantes, nomeadamente das suas cidadãs.
Este tipo de afirmações não pode deixar de ter consequências. Dijsselbloem não pode continuar como presidente do Eurogrupo. Devemos todos exigir, como já fizeram alguns dirigentes europeus, nomeadamente o primeiro-ministro português, a sua demissão imediata.
Tal decisão cabe aos governos representados no Eurogrupo, mas a Comissão Europeia ainda é a guardiã dos tratados e por exigimos que aja em conformidade com essa obrigação, de que infelizmente se tem demitido.
https://www.change.org/p/jean-claude-juncker-the-president-of-the-european-commission-a-demand-for-the-resignation-of-the-president-of-the-eurogroup-jeroen-dijsselbloem?recruiter=34673597&utm_source=share_petition&utm_medium=facebook&utm_campaign=share_facebook_responsive&utm_term=des-lg-share_petition-custom_msg